terça-feira, 25 de junho de 2013

Call of Duty Ghosts


Anúncios de novos CoDs já são praticamente um sacramento de periodicidade anual — a tal ponto que provavelmente alguns queixos cairiam caso um ano inteiro passasse em branco. Mas a ocasião agora é diferente, é claro. Afinal, estamos todos às portas de um novo ciclo de plataformas — cujo futuro ainda é um tanto nebuloso —, as quais beneficiarão e também serão beneficiadas pela clássica franquia da Activision.
Dessa forma, Call of Duty: Ghosts certamente não deve ser “mais um CoD”. Na verdade, a julgar pela apresentação prévia conduzida pela Activision, há vários pontos capazes de atrair para Ghosts mais holofotes do que para lançamentos anteriores da série. De fato, a própria história aqui representa uma ruptura.
E o melhor? Uma ruptura que pretende agraciar, em primeiro lugar, os fãs da franquia. “Todo ano o nosso time mostra jogos maravilhosos durante a E3, um espetáculo que traz uma experiência épica e imersiva, capaz de tirar o fôlego. Entretanto, nem todos os nossos fãs conseguem estar aqui para compartilhar esse momento”, afirmou o produtor-executivo da Activision, Eric Hirshberg. 
“Então, como nem todos conseguem vir para a E3, nós a estamos levando até eles. Este ano, fizemos questão de que a comunidade de Call of Duty fosse a primeira a ver Call of Duty: Ghosts, conforme nós damos o primeiro passo para o que deve ser uma semana histórica”, ele conclui — em tom apoteótico, conforme é habitual em ocasiões dessa natureza.
Um novo arco de histórias | Imagens 
As distinções aqui, de fato, trespassam todo o cenário do jogo. Call of Duty: Ghosts se passa em um mundo devastado, no qual o equilíbrio de poder foi dramaticamente alterado, já que os EUA perderam o posto de superpotência global — ao que parece, algum ufanismo é realmente inevitável.

Dessa forma, resta aos soldados conhecidos como “ghosts” (fantasmas) uma ofensiva desesperada contra um inimigo praticamente sem rosto e onipotente. A ideia é “reconstruir o que sobrou da América”. Simultaneamente, espera-se que Ghosts possa simultaneamente fortalecer a marca CoD e ajudar a lançar as bases das novas plataformas da Microsoft e da Sony — o Xbox One e o PlayStation 4, respectivamente.
Um reforço canino | Imagens 
Ghosts parece ser o reconhecimento de um coro tímido mas insistente. Um coro que vinha pedindo há algum tempo por um Call of Duty realmente capaz de oferecer alguma variedade à série — em vez de simplesmente garantir mais alguns anos de servidores lotados de jogadores online.
Há um exemplo tão singelo quanto consistente dessa postura: chama-se Riley. Embora a referência aqui ao tenente Simon “Ghost” Riley seja bastante óbvia, as semelhanças devem ficar mesmo no nome — embora a obstinação em campo também possa ser considerada. Na verdade, o Riley de Ghosts é um pastor-alemão altamente treinado, o qual deve servir como um belo reforço na guerra desesperada dos “fantasmas”.

Mas não, não se trata aqui de mais um cão coadjuvante — digamos, algo além até mesmo daquele seu fiel companheiro em Fable II. Na verdade, conforme mostrou em detalhes o vídeo liberado pela Activision durante o referido evento, Riley será controlado diretamente pelo jogador em momentos-chave da trama. A ideia é transformar Riley em um personagem central.
Atacar e distrair | Imagens 
Embora o controle do cão seja direto, há, é claro, vários equipamento aqui para tornar a coisa mais verossímil. Riley possui dois aparatos vibratórios e fones de ouvido, conjunto que serve para receber ordens em tempo real. De acordo com o que foi mostrado no vídeo, o eventual “protagonismo” do pastor tem dois objetivos básicos: atacar e distrair.
De qualquer forma, em ambos os casos, você (o jogador) controlará diretamente o seu fiel companheiro — o que é um tanto paradoxal, é verdade. De fato, a interface é muito semelhante àquela comumente utilizada para soldados humanos — com a diferença de que a sua cabeça estará a apenas alguns centímetros do chão, naturalmente.
E a aproximação também é bastante semelhante. Você vai se aproximar do alvo lentamente, podendo mesmo se arrastar rapidamente, mesmo por meio da mata mais rasteira — uma vantagem óbvia de ser um cão. O retículo de mira aqui é também muito semelhante. Entretanto, “disparar” contra um adversário fará com que o animal abocanhe a jugular da vítima, derrubando-a instantaneamente.
Trabalho em equipe | Imagens 
A segunda ação direta de Riley entra em cena em uma interessante ação em equipe. Ao controlar o cachorro, você pode fazer com que ele comece a latir, atraindo alvos para fora dos locais protegidos — de forma que possam ser abatidos pelos seus companheiros humanos, então controlados pela I.A. (inteligência artificial) do jogo.

Mas esses momentos de cooperação também podem colocá-lo no controle do gatilho. Em uma das cenas exibidas no evento pré-E3, você precisará invadir uma mansão abandonada, tendo a ajuda de Riley e de outro combatente. Dessa vez, o pastor-alemão entrará pela janela e provocará um verdadeiro estrago lá dentro — em um momento quase cômico, no qual você se limita a apenas ouvir —, fazendo com que os sujeitos ali entrincheirados saiam desesperados.
Apesar da adição muito bem-vinda do seu fiel amigo, o vídeo revelado durante o evento dá a impressão de momentos obviamente “scriptados”. Em outras palavras, ao que tudo indica, é pouco provável que você mesmo possa escolher os momentos em que controlará Riley... Essas questões táticas parecem ter sido relegadas aos roteiristas do jogo.
Um autêntico companheiro de trincheiras | Imagens 
A Infinity Ward parece ter um foco bem claro com essas primeiras demonstrações — digamos, algo além de mostrar gráficos dinâmicos e ultrarrealistas. Na verdade, o simples fato de a ênfase inicial aqui se encontrar no modo campanha do game — e não em possíveis inovações multiplayer — mostra que, apesar do histórico de CoD, Ghosts deve ser capaz de contar uma boa história.
As interações com Riley com certeza ajudam a reforçar essa ideia. De acordo com a desenvolvedora, os personagens serão mostrados em diversos momentos agradando o animal, dando a ideia de uma ligação que vai além do “nossa, nós temos uma nova  arma tática!”. Trata-se de uma guerra praticamente sem esperanças, a qual transformou os sobreviventes mais em uma família do que em uma tropa.
Ação subaquática | Imagens 
O outro ponto alto de Ghosts surgiu com um vídeo mostrando uma bela sequência submarina. Além de o momento ser perfeito para que a equipe demonstrasse algumas belas texturas subaquáticas, foi possível ainda perceber que a jogabilidade em baixo d’água deve ser dramaticamente distinta.
Conforme seria de se esperar, os momentos aqui são muito mais lentos — embora funcionem em três dimensões, é claro. Aproximar-se de alvos, entretanto, acaba sendo um tanto mais fácil, já que ruídos, naturalmente, não podem ser percebidos com tanta facilidade.
E há ainda uma espécie de “Riley aquático”. Não, não se trata de um golfinho ou algo semelhante. Na verdade, você terá acesso a torpedos de controle remoto. Na missão demonstrada, um deles foi necessário para destroçar um enorme submarino inimigo.
A sequência seguinte também é digna de nota. Em vez de simplesmente estampar na tela um “objetivo concluído” ou algo do gênero, aqui você precisará escapar rapidamente (da melhor forma que os seus pés de pato permitirem) dos destroços do submarino que passam a despencar para o fundo. Novamente, uma possibilidade para testemunhar os belos ambientes orgânicos que devem soprar vida em Ghosts.
Ademais, embora nada tenha sido dito sobre modos multiplayer — para desalento de alguns fãs mais radicais —, Ghosts deixou a impressão de ser não apenas uma bela porta de entrada para as novas gerações de consoles, mas também uma merecida reviravolta em uma propriedade intelectual que — convenhamos — andava com dificuldades para se reinventar.
Call of Duty: Ghosts deve alcançar as prateleiras no dia 5 de novembro, com lançamentos previstos para PlayStation 4, Xbox One, PlayStation 3, Xbox 360 e Nintendo Wii U.  + Imagens 

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